O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) lançou, no dia 25 de setembro, a Nota Técnica nº 286 – “Tempo de trabalho e tempo de descanso: uma luta histórica” . O documento recupera a trajetória da luta da classe trabalhadora pela redução da jornada e reforça a atualidade do tema em um contexto de intensificação do trabalho e flexibilizações trazidas pela reforma trabalhista de 2017.
O estudo analisa três dimensões centrais do tempo de trabalho: extensão, distribuição e intensidade da jornada. Também apresenta experiências internacionais, como os modelos de semana de quatro dias já testados em países como Reino Unido, Bélgica, Portugal e Chile, que resultaram em ganhos para a saúde mental, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho e, em muitos casos, até aumento de produtividade.
No Brasil, o debate começa a ganhar força, com dezenas de projetos de lei e propostas de emenda constitucional tramitando no Congresso. A pauta não se restringe a uma reivindicação sindical: trata-se de uma política com impactos em saúde pública, justiça social e modernização das relações de trabalho.
Para o Sindicato dos Engenheiros de Goiás o estudo chega em um momento impar, pois o debate está em curso no parlamento e na sociedade em geral. SENGE-GO reafirma apoio à pauta da redução da jornada de trabalho a relevância do estudo. Para nós, a medida propicia avanço econômico ao país, insere mais trabalhadores no mercado e garante dignidade a milhares de famílias brasileiras .
“O tempo de trabalho precisa ser equilibrado com o tempo de vida. Reduzir a jornada não significa queda de produção; ao contrário, abre espaço para mais qualificação, lazer, saúde e inovação. A engenharia também será diretamente beneficiada, com profissionais mais preparados e com melhores condições para contribuir no desenvolvimento do Brasil”, ressalta a direção do sindicato.
Dados recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que um terço dos trabalhadores no mundo atua mais de 48 horas por semana, o que gera impactos severos sobre a saúde e a qualidade de vida. No Brasil, a realidade não é diferente: a maioria dos assalariados formais cumpre jornadas superiores a 40 horas.
A Nota Técnica do DIEESE aponta que, ao reduzir o tempo de trabalho com manutenção de salários, o país pode criar oportunidades de emprego, diminuir o adoecimento, combater desigualdades de gênero e alinhar-se a práticas já consolidadas em várias nações.
Para o SENGE-GO, essa discussão precisa ganhar cada vez mais espaço. “Trata-se de uma agenda de futuro, que valoriza o trabalhador, fortalece a economia e garante dignidade à sociedade”, reforça a entidade.
Leia o estudo na integra:
https://www.dieese.org.br/notatecnica/2025/notaTec286Jornada.pdf
