Institucional

Atualização do debate sobre Salario Mínimo Profissional das Engenharias

16/12/2025

O debate atual sobre a constitucionalidade do Salário Mínimo Profissional

Por SENGE-GO — atualização (Dez/2025)

 

O Salário Mínimo Profissional (SMP), previsto na Lei nº 4.950-A/1966, é uma conquista histórica da organização dos profissionais de nível superior — destinada a assegurar uma remuneração mínima digna desde o início da carreira. Tradicionalmente, a lei fixou o piso em múltiplos do salário-mínimo nacional (6 vezes para jornada de 6 horas; 9 vezes para jornada de 8 horas), mas decisões recentes do Supremo Tribunal Federal mudaram a forma prática de cálculo e atualização desse piso.

 

O que mudou desde a promulgação da lei

Em março de 2022 o STF decidiu pela desindexação do piso profissional vinculado automaticamente ao valor do salário-mínimo — medida que congelou a base de cálculo na referência vigente à época (salário-mínimo de 2022). Na prática, isso significa que o reajuste automático do SMP deixou de ocorrer e sua recomposição passou a depender, majoritariamente, de negociação coletiva e de iniciativas locais. Esse entendimento foi confirmado e divulgado por fontes oficiais do STF.

 

 

Consequências práticas — por que isso importa para engenheiras e engenheiros

Com a desindexação:

  • O SMP não reajusta automaticamente com o aumento do salário-mínimo nacional; sem mobilização, há risco de perda real do poder de compra do piso.

 

 

 

Posicionamento do SENGE-GO

O SENGE-GO reafirma que a Lei 4.950-A/66 permanece essencial como referência de valorização profissional e que a desindexação do STF não pode significar retrocesso salarial, portanto estamos acompanhando atentos e unificados as demais entidades sindicais, federações e confederações. Além de buscar no parlamento apoio e reforços que garanta avanço as discussões do SMP. Sendo assim nosso posicionamento é claro:

  1. Defender a aplicação e a atualização do SMP por meio de negociações coletivas robustas junto às empresas e aos empregadores públicos/privados.
  2. Articular com a FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e com outros sindicatos estaduais para estratégias conjuntas que garantam recomposição anual do piso.
  3. Apoiar iniciativas legislativas locais (leis municipais/estaduais) que complementem a proteção do piso quando a negociação coletiva não for suficiente.

 

 Articulação e ações sindicais — o que estamos fazendo (destaque)

 

Como o SMP vem sendo aplicado na prática

Com o congelamento do vínculo automático, muitos sindicatos e convenções passaram a:

 

 

Recomendações do SENGE-GO para filiados

  1. Verifique se seu contrato ou CCT/ACT local prevê piso e cláusulas de reajuste — guarde documentos e demonstrativos.
  2. Em caso de dúvida sobre cálculo (jornada, adicional por horas, piso proporcional), procure a assessoria jurídica do sindicato.
  3. Participe das assembleias e das campanhas salariais: a recomposição do piso depende de mobilização coletiva e negociação organizada.

 

 

Cronologia resumida

 

 Guia prático — Como calcular o seu Salário Mínimo Profissional (SMP)

 Contexto curto (essencial)

 

 O SMP está previsto na Lei nº 4.950-A/1966. Para as jornadas mais usadas: 6 horas diárias → 6 vezes o salário-mínimo; 8 horas diárias → 9 vezes o salário-mínimo.

 Em decisão da ADPF 171 (STF, fev/2022) o Supremo determinou o congelamento da base de cálculo (isto é, a referência usada pela Lei 4.950-A ficou com o salário-mínimo vigente em 2022), com efeitos práticos sobre a indexação automática do SMP; na prática, hoje a recomposição se faz sobretudo por negociação coletiva e ações locais.

 

 

Passo a passo (como calcular — 6 etapas)

1) Verifique qual referência aplicar

Opções práticas:

  1. Cálculo legal “estrito” (texto/efeito da ADPF): usa-se a referência que o STF fixou (salário-mínimo vigente em 2022: R$ 1.212,00).
  2. Cálculo com base no salário-mínimo atual (prática adotada por muitas negociações e convenções): usa-se o mínimo vigente (ex.: R$ 1.518,00 a partir de 1º/01/2025).

 

2) Identifique a jornada contratual

  • Jornada habitual de interesse: 6 h/dia, 8 h/dia ou outra (proporcional).
  • A Lei fixa 6× o mínimo para jornada de 6h e 9× para jornada de 8h; jornadas diferentes são calculadas proporcionalmente.

 

3) Calcule o SMP mensal (fórmula simples)

  • SMP mensal = multiplicador × referência do salário-mínimo
  • Para 6 h/dia: SMP = 6 × salário-mínimo
  • Para 8 h/dia: SMP = 9 × salário-mínimo

 

Exemplos numéricos (dois cenários)

  1. Usando a referência STF (2022 — R$ 1.212,00):

6 h/dia → 6 × 1.212 = R$ 7.272,00 / mês.

8 h/dia → 9 × 1.212 = R$ 10.908,00 / mês.

 

  1. Usando o salário-mínimo vigente (ex.: 2025 — R$ 1.518,00):

6 h/dia → 6 × 1.518 = R$ 9.108,00 / mês.

8 h/dia → 9 × 1.518 = R$ 13.662,00 / mês.

 

Use o cenário A (congelamento/ADPF) quando precisar fundamentar um cálculo estrito segundo a interpretação da ADPF; use o cenário B quando a negociação coletiva ou norma local adotar o mínimo vigente. Em caso de dúvida, consulte a assessoria jurídica do sindicato.

 

 

4) Ajuste proporcional para jornadas diferentes

Se a jornada não for exatamente 6h ou 8h, faça regra de três simples:

SMP para sua jornada = (multiplicador padrão × referência) × (sua carga horária / carga horária padrão)

 

Ex.: para jornada de 7h (proporção em relação a 6h ou 8h — escolha a referência que constar no CCT). Se usar 6h como referência: SMP_7h = (6 × ref) × (7/6).

 

5) Verifique adicionais e cláusulas contratuais

Verifique se seu contrato, convenção coletiva ou lei municipal/estadual prevê pisos superiores, gratificações, percentual extra por formação ou tabela de carreira. Muitas CCTs fixam pisos maiores que a Lei e garantem reajustes periódicos.

 

6) Conferir cálculos e documentar para eventual reclamação

Guarde contrato, carteira, holerites, CCT/ACT, comunicações com o RH e cálculos. Se identificar diferença entre o que a lei/convênio garante e o que a empresa paga, encaminhe o pedido formal (modelo abaixo) e, se necessário, solicite orientação jurídica ao SENGE-GO. ([senge-go.org.br][3])

 

 

Modelo simples de pedido ao RH (pronto para usar)

Modelo de Solicitação de verificação de aplicação do Salário Mínimo Profissional

  • Prezados,

Conforme Lei nº 4.950-A/1966 e considerando os parâmetros da convenção coletiva vigente (ou: a base legal/decisão STF ADPF 171), solicito a verificação e correção (se for o caso) do meu enquadramento e do valor do piso profissional aplicado ao meu contrato de trabalho. Anexo: carteira de trabalho, contrato, últimos 3 holerites, cópia da CCT/ACT.

Agradeço confirmação por escrito no prazo de X dias.

Atenciosamente,

[nome, matrícula, contato

 

 

Checklist de documentos (imprima / anexe ao pedido)

  • Carteira de Trabalho (pages com contrato)
  • Contrato de trabalho / termo de posse / portaria de nomeação (se público)
  • Últimos 6 holerites (para verificação de valores pagos)
  • Convenção Coletiva / Acordo Coletivo aplicável (CCT/ACT)
  • Comprovantes de jornada (ponto, escala, ordens de serviço)
  • Comunicação prévia com RH (e-mails, protocolos)
  • Documentos pessoais (CPF, RG) — se exigido pelo RH/sindicato

 

  

Recomendações práticas

 Antes de qualquer ação individual, procure o sindicato: avaliação jurídica e orientação sobre a melhor estratégia (reclamação administrativa, ação coletiva, inclusão em pauta de negociação).

 

 

Resumo rápido — o que o filiado precisa lembrar

  • Lei = referência histórica; STF (ADPF 171) mudou a forma prática de indexação automática (base congelada em 2022), por isso a recomposição é majoritariamente via negociação coletiva.
  • Calcule com a fórmula: multiplicador × referência (ex.: 6 × R$ 1.212 = R$ 7.272). Se for necessário, calcule proporcionalmente para jornadas diferentes.

 

 

 Referências oficiais e leituras úteis

 

 

 

 

 

  • Para base de calculo e construção d tabela

 

  • Lei nº 4.950-A/1966 — texto da lei.
  • Supremo Tribunal Federal — notícia / decisão sobre congelamento da base (ADPF 171).
  • FNE — material explicativo sobre o Salário Mínimo Profissional e pareceres.
  • CONFEA — manual/cartilha sobre Salário Mínimo Profissional (guia técnico).
  • SENGE-GO — matéria de referência que motivou essa orientação (página do SENGE-GO).
  • Decreto / Ato sobre Salário-Mínimo 2025 (R$ 1.518,00).

 

 



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